1 Co 11.1-16 - A mulher e o uso do véu no culto

Dizem que a mulher não pode cortar o cabelo porque entendem que esse lhe foi dado como véu.
Paulo escreveu a sua carta/epístola ao Coríntios.
O uso do véu era sinal de poderio do marido sobre a esposa (Gn 24.65; 1 Co 11.10).
Era assim que acontecia entre os judeus no contexto cultural no Velho Testamento. 
Quando Rebeca recebeu Isaque como esposo, ao saber que era ele se aproximava dela, cobriu-se com um véu. Sinal de que aceitava o poderio do marido sobre ela.
Paulo ensina que a mulher usa o véu ou raspa a cabeça toda (1 Co 11.6). Mas raspar a cabeça era problemático para os judeus, raspar a cabeça, era sinal voto (At 18.18; 21.23-24). Portanto, era válido diante de Deus. Mas para o mundo grego, só as mulheres escravas e as que haviam cometido pecado de adultério raspavam a cabeça. Também havia as prostitutas pagãs que raspavam as cabeças em Coríntios. Assim, não era decente para a mulher cristã raspar a cabeça para cumprir uma determinação.
Pelo que se nota no texto, em nenhum lugar Paulo proíbe a mulher cortar um pouco de cabelo ou tê-lo mais curto ou maus comprido. O que ele ensina é tem cabelo ou raspa a cabeça. Mas não fala em cortar um pouco de cabelo. Afinal, a cobertura poderia ser curta ou cumprida. Se não fosse assim, seria difícil para as mulheres africanas, cujo cabelo é geralmente é curto.
Fala que é honroso para a mulher ter cabelo comprido, dizendo que esse lhe foi dado como véu. 
Aqui fala do uso do véu no culto e fora culto, o cabelo comprido é honroso para a mulher e desonroso para o homem (1 Co 11.14-15).
Quando Paulo emprega a expressão: "por causa dos anjos", ele está querendo dizer se a mulher tem o poderio do marido e não demonstra pelo símbolo do véu ou do cabelo no culto, ela está mentindo diante da congregação, e aos anjos estão vendo isso a eles.
O símbolo do véu na mulher era um costume judaico e de alguns povos antigos. Paulo estava reforçando esse ensino para que a mulher cristã não causasse escândalo aos pagãos. Nos dias de hoje, não temos esse costume. Não há nenhum escândalo em uma mulher aparecer diante de Deus com véu ou sem véu; com cabelo curto ou comprido, desde que traje decentemente. 
Para trazermos o costume judaico para a mulher cristã de hoje, teremos que fazer a mesma coisa para os homens. Eles não não poderiam usar calças, nem gravata, nem bigode, porque são costumes modernos. Eles teriam que andar de vestidos grandes e largos e, como era honroso diante de Deus, teriam que ter barbas longas (2 Sm 10.1-5; 1 Co 19.1-5; Sl 133.1), o que não acontecia com os Egípcios do tempo de José, que raspava a barba (Gn 41.14).
Ainda mais, certos ensinos de Paulo eram muito particularmente dele e não constituíam, propriamente, mandamentos do Senhor. Em 1 Co 7.6, ele ensina algo por permissão e não por mandamento em 7.12, ele declara: digo eu, não o Senhor em 7.25, não tendo mandamento do Senhor ele dá o parecer em 1 Tm 2.12. Não permito, porém que a mulher ensine... Eram ensinamentos pessoais de Paulo, naturalmente baseados em situações meramente culturais para aquele tempo, e não constituíam ensinamento permanente para o povo de Deus.  
Todo o véu foi tirado quando Jesus morreu na cruz, o véu que separava o Santo dos Santos e impedia as pessoas de olharem para aquilo que representava a presença de Deus, rasgou-se de alto a baixo, acabando com aquela barreira. Agora a presença de Deus está aberta a todos, indistintamente. Por outro lado, aos mesmos cristãos de Corinto, Paulo comenta que Moisés, quando veio do Monte Sinai, seu rosto brilhava e estiveram que cobri-lo com um véu. 
Quando se converteram ao Senhor, então o véu se tirará.
Ora o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. Mas todos nós com rosto descoberto, refletindo com um espelho a glória do Senhor, somos transformados de gloria em gloria na mesma imagem como pelo Espírito do Senhor (2 Co 3.7-18). Se ele fala a todos nós com o rosto descoberto, fala também da mulher.  
Usar o véu para o culto ou para orar, ou cortar ou não cortar o cabela, era um ensinamento para as mulheres judias dos tempos de Paulo. Era uma questão meramente cultural. E Paulo ensinou daquela maneira para causar escândalo aos pagãos. Hoje, a mulher deve se comportar decentemente, dentro dos padrões da nossa cultura. 
O sinal do poderio do homem sobre a mulher não está nos cabelos, mas na conduta ou caráter. Portanto, temos que nos aproximar de Deus com o rosto descoberto seja homem ou mulher.



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